Vida sem Vida!

Quase sem querer eu saí da linha,

Sim, pode ser que eu tenha deixado algo a desejar,

Foram as pequenas coisas que me apaguei

Que me fizeram desandar, me fizeram retroceder,

Talvez eu precisasse de um pouco mais liberdade,

Um pouco mais de autenticidade, pra reconhecer

em mim a pessoa que sempre achei que fosse,

Ou que algum dia eu poderia vir a ser,

Mas eu sempre fui a coadjuvante da minha própria vida,

Sempre crucifiquei meus desejos, e repudiei minhas vontades,

Por saber que seria julgada e talvez por preguiça de

tentar mudar, feri a mim mesma para não me machucar.

Isso faz algum sentido?

Se faz também é inútil tentar explicar,

Minhas causas não interessam a ninguém,

Seus preceitos e sermões estão compactos como pedras.

Não há nada que eu faça que vá mudar isso.

Eu queria um vez na vida fazer exatamente o que quero fazer.

E não estar com a consciência pesada por ser feliz

Diante da concupiscência do meu querer.

O que aos meus olhos parece natural, minha mente dotada

De julgamentos e preconceitos faz afastar.

Hoje estou longe de alcançar a homeostase de meus sentimentos.

Pode não ser tão ruim, mas hoje me afeta, hoje me destrói.

Vou tentando me achar, até o dia em que algo mudar,

ou eu acostumar a viver sem lutar, nessa vida sem vida.